Constatei mais uma vez que mantenho uma relação de amor/ódio com os aviões e o voar e o levantar e o aterrar e o tempo de espera nos aeroportos antes do embarque e "prontos". Gosto, não gosto, gosto, não gosto...
Agora, pior pior é a fobia que ganhei este fim-de-semana. Chama-se sinais-de-alarme-de-incêndio-falsos-para-simulacro-fobia.
Quem já esteve em Londres, nesta época, sabe que ás quatro e meia da tarde é de noite, certo?
Tempo magnífico, sem chuva, sem frio, passeios feitos de manga curta, andar muito, jantar ás sete e o mais tardar ás oito e meia dormir para começar o dia seguinte cheios de pujança, carago!
Sexta-feira - 20h30, já minha gaja dormia e eu dava uma vista de olhos no roteiro que gentilmente me prepararam, quando dispara a filha de uma puta da campainha do alrme dentro do quarto do hotel. Levanto-me e desligo o telefone que estava a carregar com um zingarelho que o autor do roteiro me emprestou,
- tu queres ver que é desta merda? mas não cheira a fumo nem nada.
Entretanto acorda a minha gaja assarapantada,
- o que é que se passa?(só faltou o habitual - baixa a televisão)
Abro a porta do quarto e vejo um alemão, que me disse não sei o quê, a calçar-se e a vestir-se no corredor,
- ó môr, tocabrir que isto não é só no nosso quarto.
Nada de elevadores, toca a descer escadas e mais escadas, passando por espanholas pesadonas, roupão, (acho que uma delas tinha rolos na cabeça) que de ar espantado diziam,
- dio santo, que passa?
- ó sra é para dar de bolha, fuego, andalé andalé!
Chegamos cá abaixo, talvez umas duzentas pessoas a olharem uns para os outros e os bons dos tugas do quarto 317 de mochila ás costas e mala de viagem. Muitos dos souvenir's e roupas ficavam lá mas o que estava à mão veio. Quando demos por sermos os únicos a trazer bagagem demos em rir e não parávamos.
No check-out comentava com um dos empregados (português) que a parte chata tinha sido o simulacro,
- olhe, teve muita sorte não ser ás quatro da manhã como habitualmente!
Sinceramente nunca tal me tinha passado pela cabeça.
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