decabelosempe.blogspot.com de cabelos em pé: setembro 2010

de cabelos em pé

Mais ou menos um diário de opiniões. Nem sempre diário, mas de opiniões sim.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Pontos de vista

Ir a um consultório com várias salas de espera pode ser parecido com a sorte que nos calha quando chegamos com um grupo a um hotel e começam a distribuir quartos.

Pode-nos calhar um quarto com uma boa vista, num andar mais alto ou virado para as traseiras onde opera uma casa de dancing.

Neste caso tenho duas salas de espera, numa a tv transmite o telejornal da 1, na outra está a Júlia das tardes a entrevistar um senhor que não quer ir ao médico falar da andropausa.

Quanto não vale o aconchego e a privacidade de um estúdio de televisão?

Espelho do país real

sexta-feira, setembro 17, 2010

Ando sem tempo

Deve ser deste tempo-clima que me faz sono. Estes dias cinzentos fazem-me adormecer até na mesa da refeição.

Mas falta-me.
Falta-me tempo para viver como devia ser.

Falta-me tempo para viver com os meus filhos.
Não consigo dividir o tempo e muito menos tripartir.

Falta-me tempo para conviver com amigos.

Desta maneira começa a faltar tempo para viver.

Estou à beira da reforma ou da loucura. Depois disto ainda me sobra menos tempo.

Falta-me mais mas o tempo é realmente muito pouco.

quinta-feira, setembro 16, 2010

Um sonho com quase 30 anos

Saiu em 80 mas julgo que só por volta de 82/83 é que comecei a ouvi-lo em casa da minha avó.
A minha avó não era propriamente fã dos Supertramp, embora fosse quase da mesma geração!

Fã mesmo era o meu tio Fernando que na altura com 27/28 anos gostava de ouvir música em conjunto com os vizinhos ou vice-versa.
Foi então graças ao "boblina" que comecei a tomar gosto pelos Supertramp. Aqueles primeiros sons de gaita no "School" que saiam pela janela fora conquistavam-me facilmente. Depois vinha o som do piano e do saxofone em harmonia com uns pequenos discursos dos dois vocalistas.
De tal maneira marcante que ainda hoje o ouço frequentemente.

É óbvio que quando ouço estas musicas há uma fácil associação à figura e estilo do meu tio e este era um dos concertos que por certo ele gostava de ter assistido, ainda mais com a "velha guarda" da Picheleira, duas primas e mais uns quantos amigos.
Tenho cá um pressentimento que conseguiste acompanhar o concerto todo aí onde estás, não foi?

Faltou o Hide In Your Shell mas os outros, os mais conhecidos e bons temas estiveram lá todos.

You Started Laughing
Ain'T Nobody But Me
Breakfast In America
Cannonball
From Now On
Give A Little Bit
Rudy
Take The Long Way Home
Bloody Well Right
It's Raining Again
Logical Song
Goodbye Stranger
School
Dreamer
Crime Of The Century


quem lhe chame rock progressivo, não sei se concordo mas gosto muito.




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segunda-feira, setembro 06, 2010

É a crise

Hoje fui assaltado, roubaram-me 63 euros.
É certo que me agradeceram por não ter esperneado ou oferecido resistência e ainda me passaram uma factura com duas espetadas mistas, três pizzas (3 filhos é o que dá), quatro águas de 250ml, uma cola e um ice tea, sem sobremesa e sem cafés.
Não consegui comer metade do prato que me serviram, a minha mulher também não. Os miúdos que adoram pizzas ficaram-se por metade e acreditem, não foi por sugestão nossa, simplesmente não gostaram.

Não creio que seja a forma correcta de se fazer turismo.

Outra forma incorrecta de receber turistas, a famosa Piriquita em Sintra, não tem travesseiros ás sete da tarde e não volta a ter, com as ruas cheias e a atender as pessoas tal e qual como os empregados da Portugália (a primeira e a original) à sexta-feira à noite, com duas pedras na mão.

Se passarem por lá, são aqueles chapelinhos de sol brancos do lado direito.

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Post sem título

Confesso que hoje estive numa de observador apenas. Para despedida do Verão e da praia do castelo, hoje não havia água "calda" nem disposição para mergulhar e sentei-me à beira-mar, ali assim onde acaba a areia seca e a brisa refresca.

Celulite para a frente, escaldão para trás, dei por mim a observar o aumento de corpos tatuados que com o verão realmente se mostram .

Há tatuagens engraçadas, diria que para o meu gosto há algumas bonitas até e confesso também que até já me passou pela cabeça. Passou efectivamente como passava o autocarro e não o conseguia apanhar, na altura era bem mais doloroso.

Depois há tatuagens que cobrem os corpos todos, à casal Meireles, e que conseguem o principal objectivo de quem as ostenta, chamar à atenção.

Se por um lado é doloroso (imagino) fazer uma tatuagem, mais do que isso é assinar um contrato para a vida.
Se eu entrasse por estúdio dentro e pedisse ao artista, "desenha-me lá aqui um leão e põe nome dos meninos por baixo, faxavôr", iria sofrer a mesma dor que senti quando entrei numa agência bancária, assinei uma escritura e contraí um crédito à habitação.

Se virmos bem, é mais ou menos a mesma coisa, ali pelos 20/30, dá-nos a pica e compramos casa, aos 50/60 estará paga por duas vezes e nessa altura/idade, ainda não temos tempo a não ser para lá passar a noite e algumas horas dos fins de semana, tendo em conta que de 2 em 2 ou de 3 em 3 anos nos vão aumentar a idade de reforma até aos 80, no mínimo. Para não falar que no fim desse prazo já os filhos saíram de casa e "era melhor arranjarmos uma chalé mai piqueno"

Ora, com as tatuagens passa-se o mesmo, temos a mesma pica na mesma idade e ao fim de 20/30 anos "quando acabar o tempo de amortização da mesma", já não achamos piada porque entretanto a celulite e as pelancas deformaram qualquer obra de arte de um mestre desses.
Até mesmo aqueles símbolos/desenhos que os homens fazem nas pernas, ou continuam a depilar-se até à velhice ou então esperam pela queda pilosa que a mesma velhice traz.

É ou não é?

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