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de cabelos em pé

Mais ou menos um diário de opiniões. Nem sempre diário, mas de opiniões sim.

sábado, novembro 10, 2007

Resposta

Dei com isto e tive que esclarecer alguns pontos com este pequeno comment que lá deixei.


Importa esclarecer que os preços a que te referes, dos leites, artigos de dermofarmácia (a antiga cosmética), os venda-livre (aspirinas e por aí fora) são por isso mesmo designados produtos de venda livre. Os fabricantes dos mesmos recomendam um preço de venda ao público (pvp) que nunca deve ser ultrapassado. O que pode acontecer é marcar-se o produto mais barato do que aquilo que é recomendado.A diferença entre farmácias reside por vezes no preço a que se compra o produto e respectivos descontos que se podem obter perante os fornecedores. Se se comprarem dez custam 50€ e se se comprarem 100 podem custar 400/450€. Desconto em quantidade, certo? Logo pvp mais barato. Se por acaso a farmácia onde encontras o preço mais caro não tiver vendas que justifiquem uma compra de grande quantidade, acaba por ter que vender mais caro para manter a sua margem de lucro. A margem de lucro das farmácias portuguesas é, caso não saibas, a mais baixa da europa.A revolução que acontece neste momento no sector farmacêutico português, com a venda dos produtos fora da farmácia é um assunto delicado.As farmácias portuguesas até à data são propriedade de portugueses que pagam os seus impostos a tempo e horas, senão o estado não paga o receituário e fazem-no perante o negócio mais tributado neste país. Ou seja, na generalidade, as farmácias portuguesas são propriedade de empresários em nome individual (eni) ou sociedades unipessoais (su), significa isto que 42%, sim 42% dos seus lucros são impostos para o estado. A mão de obra é qualificada e bem remunerada, os ordenado situam-se entre os 1.000 e os 2.000€. Existe uma excelente relação humana com os clientes, não há listas de espera. Temos a melhor distribuição geográfica da europa a funcionar 24 horas por dia. Custos inegáveis para a sustentabilidade do negócio. Ao contrário, as parafarmácias (as do grupo sonae porque as particulares estão em falência técnica desde o dia em que abriram), não precisam de pessoal qualificado, podem ter um director técnico para várias lojas, pagam ordenados a rondar o ordenado mínimo, assim tipo gasolineiras, entendes? O grupo sonae negoceia directamente com os laboratórios a compra de milhares de unidades de produtos que depois distribui por várias dezenas de espaços que detém.Rentabilização máxima dos custos, certo? A tributação também é bastante diferente caso não saibas.Neste momento, altera-se a lei da propriedade para se entra no caminho de países com a inglaterra, onde a boots detém 98% das farmácias. Correcto? Julgo que não. Aliás, tenho a certeza que não.No meu caso, como proprietário de uma farmácia fora da cidade, sei que tenho preços competitivos nalguns casos e noutros não. Tenho acima de tudo muito respeito pelos meus clientes a quem dou muito valor, ao que conheço desde o primeiro dia e que já gastou rios de dinheiro como ao que passou de camião e parou apenas para medir a tensão arterial.Desculpa ter-me alongado mas acho que não podia ficar sem responder, principalmente quando nos chamam chulos.

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1 Comments:

At novembro 10, 2007 10:57 da tarde, Blogger leao.xxi said...

Achei, sem dúvida alguma, um comentário muito interessante...obrigado pela resposta!!!!!!

 

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