decabelosempe.blogspot.com de cabelos em pé: março 2011

de cabelos em pé

Mais ou menos um diário de opiniões. Nem sempre diário, mas de opiniões sim.

quinta-feira, março 31, 2011

Sócio sócio, olha aí!

Parece que o PSD já aprovou as "linhas genéricas" do seu eventual programa de governo.
Se os genéricos são as versões mais baratas dos medicamentos de marca, então pode-se concluir que linhas genéricas é produto para inalação com preço mais barato, ou seja, a coca está cara portanto vamos lá arranjar umas linhas genéricas.
Não as usem é antes de uma conferência de imprensa senão podem passar o tempo a dizer disparates, a esfregar o nariz e a tratar qualquer um por sócio, ok?

Etiquetas:

quarta-feira, março 30, 2011

InCensos 2011

Cumpri ontem a minha obrigação enquanto cidadão de preencher os formulários do INE.

Devo confessar que fiquei preocupado com as perguntas sobre a minha habitação. Há ali alguma coisa escondida quando o INE pergunta se temos retrete com autoclismo.
Acho que estão a fazer uma previsão de custos com a minha reforma.

"ora deixa cá ver, este tem retrete com descarga automática, portanto não gastará muito em fraldas porém estamos sujeitos a ter que lhe passar a comida toda se o velho deixar lá cair a placa"

É isso.

terça-feira, março 29, 2011

Safari fora da savana e sem pó

O browser do Safari é um verdadeiro teste à nossa maneira de escrever.
Sublinha tudo a vermelho. Não é um lápis azul, é um poderoso instrumento para nos manter atentos à escrita.
Gosto disto, tem bom aspecto e as janelas apresentam-se como se tratasse da tela de projecção do Império ou do Monumental cheias de anúncios antes do início dos filmes, à data "longas-metragens".

O Steve Jobs sabe-a toda.

Etiquetas:

Discordo do acordo porque sim


A rtp já adoptou o novo acordo ortográfico, apercebi-me agora. Lá no cantinho superior esquerdo do meu ecran diz, "RTP 2 Direto". Pensei que fosse gralha ou que o responsável fosse um produtor alentejano, Por exemplo, perguntavam-lhe,

"o onde fica o estúdio do programa?"

e ele podia muito bem responder,

"fica ao fundo do lado do lado "dirêto".


Apesar de dar umas quantas calinadas quando escrevo, vou manter o "velho" e lógico acordo porque se a língua mãe é a portuguesa, a legítima, a de cá, a do país que a inventou, então é assim que se deve escrever.


Tal e qual como a professora Rosa Otero me ensinou na escola 28 da Picheleira, o professor Abel na escola preparatória Cesário Verde e a professora Paula Elias na Escola das Olaias.


Segundo eles o acto de escrever não tinha o mesmo significado do "ato" do verbo atar, assim como o facto de a vizinha estar à janela a falar da vida dos outros, não significava que falava do fato que o vizinho levava vestido.


Assim sendo, não vou responder aos meus clientes com um "oi" de cada vez que não perceber a pergunta e continuarei a ver os jogos do meu Sporting em directo pela televisão porque parece também não haver acordo lá para os lados de Alvalade.

Etiquetas: ,

domingo, março 27, 2011

Quo vadis Sporting?


Nem quando ao fim de 18 anos conquistou novamente o campeonato, o meu Sporting teve direito a 20 minutos na abertura de um noticiário como hoje na Sic Notícias.
Poderia pensar-se que é bom sinal mas não é, foi pelas piores razões.

O candidato da minha preferência não ganhou. Ao que parece ganhou na hora antiga e perdeu na nova.
Resta agora saber quanto tempo de vida tem o Sporting com esta gente a dirigi-lo.

Será Luis Duque, o que se encolheu na hora de contratar Mourinho, capaz?
Será que Carlos Freitas foi eleito com os votos dos mesmos que andaram a pintar paredes quando o chamaram de ladrão e benfiquista? Será ele capaz de vender os "monos" que contratou ainda antes de fazer despesa com novos jogadores?

Como é que as pessoas vão na ilusão de Godinho Lopes contratar Domingos Paciência? Acreditam que Pinto da Costa o permita?

Como é que a meio da noite a lista de Bruno de Carvalho ganhava as eleições com excepção de Eduardo Barroso e horas depois é precisamente na mesa da assembleia que a lista C ganha?

Andava tudo chocado porque o cirurgião disse não se importar com a proveniência do dinheiro russo e o mesmo acaba por ser eleito?

É uma grande confusão e concordo plenamente que se impugne o que for preciso.

Porque é que se espantem os nossos adversários pelos confrontos entre sócios e adeptos no calor dos resultados? Andam com a memória curta?

Etiquetas: ,

quarta-feira, março 16, 2011

Sonho meu, sonho meu, vai viver para bem longe sonho meu

A médica otorrinolaringologista (ufa!) que me costuma limpar a cera dos ouvidos e drenar as ventas, já me disse que devia ir a uma consulta do sono e quem sabe ser operado para deixar de fazer apneias durante o sono.
Digo durante o sono porque acho que desde o sofá, passando pela sala de espera do consultório médico, até ao banco do eléctrico 28 :-), eu durmo em qualquer lado. Lembro-me de na tropa em 1991 no quartel de Brancanes ter conseguido passar pelas brasas dentro de uma guarita.

Tenho mesmo que tratar disto porque ainda esta noite tive um sonho mau, acho que não se pode dizer pesadelos. Sonhei eu, vejam lá se isto é possível, que estava o primeiro-ministro a ser entrevistado numa tom cordial quase zen, só faltava um pau de incenso a queimar em cima da mesa e uma fonte a deitar água, daquelas que se usam agora no hall de entrada e que a mim dá a sensação de estar a passar à porta do urinol do Rossio e ouvir uma torneira avariada.

O primeiro-ministro respondia a tudo o que lhe perguntavam sempre mas sempre dizendo que compreendia os problemas de toda a gente, de milhares de desempregados e de camionistas que não sabem a que preço podem cobrar os seus serviços, porque todas as semanas os combustíveis aumentavam.
Esta entrevista surgia depois de na semana anterior ter levado na cabeça de um presidente da república que tinha tomado posse para um segundo mandato e que a jornalista dizia ser um prenuncio de cinco anos mais interventivos e completamente diferentes dos anteriores.
Havia até um líder político que tinha apresentado uma moção de censura depois de dois meses antes terem andado quase de braço dado a apoiar um candidato ás presidenciais.
Lá está até nos sonhos, a política e os seus protagonistas são uns verdadeiros artistas.

Nos sonhos, o melhor acontece sempre perto do fim e chego a ter medo de acordar antes mas esta noite ainda deu para ver que tinha havido outro contratempo na carreira daquele primeiro-ministro. Parece, não tenho a certeza, que num fim de semana, sem aproveitamento disso para faltar ao trabalho até porque se existem 600.000 desempregados e podiam lá estar muitos, tinham aparecido cerca de 200.000 ou 300.000 não sei bem porque não durmo com lentes de contacto e desse modo olhar para um a manif é o mesmo que olhar para as cadeiras do estádio do meu Sporting, parece sempre cheio. Dizia eu que no meu sonho essa manif era transversal a todas as idades, credos e ideologias políticas mas mesmo assim o ministro dizia que compreendia e partilhava os sentimentos.
Gosto do nosso primeiro ministro, "partilhar" é próprio de quem usa o facebook e quem usa o facebook é boa pessoa.
Se o ministro dissesse que comungava da preocupação dessas pessoas era muito mais chocante para mim, porque quem comunga são as pessoas que vão à igreja e não parece que fosse pessoa para isso depois de mandar retirar crucifixos das saulas de aula das escolas. Eu fico sempre baralhado com estas coisas porque no mesmo sonho esse ministro dizia "oh não, por amor de Deus" quando lhe perguntavam se uns manifestantes que lhe tinham interrompido um discurso de megafone, tinham levado uns biqueiros nas nalgas.

Voltando ao fim do sonho, a tal parte em que aparece o melhor, depois de levar e levar e levar e dizer que compreendia os problemas dos camionistas mas que o governo seria intransigente e não deixaria que as populações sofressem com a falta de abastecimento de combustíveis e bens de primeira necessidade, a jornalista terminava abruptamente a entrevista dizendo que acabava de ser informada sobre um acordo entre o governo e os representantes das empresas de transportes.

Eu acredito na boa vontade do governo, não acredito que esse acordo fosse estrategicamente ventilado por uma competente agência de informação no fim da entrevista do primeiro-ministro só para lhe salvar o coiro, até porque os ministros não são pessoas para receber horas extraordinárias se trabalharem depois das 16 ou 17, digo eu.

Essas maldades só acontece nos sonhos, não é? Porque no meu sonho aquele ministro teve um sorriso tão espontâneo e rasgado que parecia o joker do batman, feito pelo Jack Nicholson obviamente.



Etiquetas: , ,

sexta-feira, março 11, 2011

Passeando pela capital

Etiquetas: , , , ,

segunda-feira, março 07, 2011

O avô Zé de outros carnavais

Chegámos por volta da 1h30, era já mesmo o fim de uma sexta-feira que tinha começado bem cedo .

Vínhamos preparados para quatro dias de madorna, de dolce fare niente, de “deixa lá o carnaval para os outros e vamos mas é ficar por aqui a bezerrar. Aproveita-se o fds com o aniversário do afilhado Miguel e da tia Ana Sofia".

Já disse que era 1h30? Pois já.

Chegámos, descarregámos o carro, as três crias incluídas que já dormiam e por uns breves instantes fiquei com a sensação dos finais dos anos 70 e de todos os 80 quando subíamos a Rua Frei Fortunato e nos aproximávamos da Rua Silveira Peixoto, instalava-se uma ansiedade na barriga com a expectativa de ver os mascarados, as matrafonas, tentar descobrir quem fazia de morto no enterro do carnaval e no fds a seguir perceber quem seriam os príncipes e os reis de mais um carnaval.

Já por várias vezes referi que é uma época do ano que me passa completamente ao lado. Provavelmente porque já não estou no bairro e toda a magia ou mística foi-se no tempo.

A sala do VCL cheia à pinha, era um confronto saudável de gerações, a dos nossos pais que até sabiam uns passes de dança e a nossa que se podia dividir em duas partes: a que sabia dançar e a que ficava a puxar o lustre a cadeiras e ombreiras de portas num misto de “não sei dançar, por isso não vou ali para o meio fazer as mesmas figuras do olho de peixe-espada” e “deixa cá ver se a tipa repara que eu estou aqui com os meus sapatos yucca acabadinhos de comprar na Praça do chile e até pus o meu perfume cacharel”. Posso dizer que sempre me incluí nestas duas últimas partes, embora nunca tenha tido sucesso na última.

Claro está que não valia a pena levar sapatos yucca, porque apesar de não dançar era pisado na mesma e o cacharel desaparecia assim que subíamos os primeiros degraus e o cheiro do bacalhau assado e dos chocos com tinta se impregnavam de tal maneira na nossa roupa.

Bom, voltando à sensação de electricidade na barriga, chegámos a casa e o avô Zé, qual matrafona do carnaval do Vitória ou empresária em nome individual e isenta de impostos com domicílio fiscal num carro estacionado entre o Instituto Superior Técnico e o Instituto Nacional de Estatística, esperava pelos netos que acordaram mais depressa que num dia de visita de estudo na escola.



São 77 anos de muitos carnavais.Não sei quantos da minha geração, serão capazes de lá chegar com esta disposição mesmo que a saúde o permita.

Não sei se o Vitória voltará a ter um baile de carnaval. Sei que muitos de nós gostariam de voltar a entrar naquela sala, como se fazia há 20 anos.


Etiquetas: , , , , , , , , , , ,