Coisas de puto, coisas parvas, coisas de puto parvo.
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O meu pai sempre teve o hábito de gratificar. Este hábito provavelmente ficou-lhe por ter lidado durante muitos anos com patrões muito ricos.
Ora como ao fim de três dias ao lado do coxo começamos a coxear, o Zé ganhou este hábito. Nunca lhe conheci critério nas gratificações. Eram essencialmente feitas aos empregados dos restaurantes.
Na altura desta parvoíce, eu devia ter uns oito nove anos e já me fazia uma certa confusão por um lado eu gostar de ter umas moedas numa carteirinha em pele de porco, com um losango verde e outro vermelho que me tinham comprado no santuário da "senhora fátima" e o meu pai depois de pagar a conta, deixar sempre moedas em cima da mesa. Astuto e discreto, comecei a simular uma última vontade de beber água e rapinava o dinheiro.
Certa vez, nuns dias de férias ou fim-de-semana prolongado em Valado dos Frades em casa de uma das mais míticas personagens da Picheleira, o boca-doce (para alguns o c*n*s), mal sabia eu que vinha viver para tão perto, fui topado e os adultos passaram a estar atentos. Recolheram o troco do almoço, entregaram a groja ao empregado e eu fiquei a olhar, como não havia mais nada vim-me embora com a única coisa que restava imaculada em cima da mesa, um pacotinho de manteiga embrulhado em prata.
Fui novamente descoberto, ainda no mesmo dia, quando ao tirar umas fotografias, o boca-doce deu por uma nódoa do bolso das calças (de bombazine) até ao joelho em que o sol tinha acabado de colaborar.
Eu não disse que era uma coisa parva?
Etiquetas: Disparates, Familia
1 Comments:
Hehehehehe
Quem nunca fez estas parvoíces que atire a primeira pedra!
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