decabelosempe.blogspot.com de cabelos em pé: maio 2012

de cabelos em pé

Mais ou menos um diário de opiniões. Nem sempre diário, mas de opiniões sim.

sábado, maio 19, 2012

E quando dizem

"olha, vai acontecer e parece que não há volta dar, está mesmo decidido".

À partida parece pouco provável quando as decisões não estão bem amadurecidas, como alguma fruta que só é boa mesmo antes de azedar mas depois pensamos que sim, pesando todos os prós e não deixando para trás nenhum contra, percebemos que até vai ser muito bom embora o dia teime em tardar, "se calhar já devia ter sido".
Eu sei que revela ansiedade e faz-me mais elo pedir que os dias passem depressa mas nesta altura é o que se pede.

domingo, maio 13, 2012

Qual Auto da Barca, qual quê!

Daqui a poucos anos, pouquíssimos mesmo, os nossos filhos estarão a estudar o que escreve e o que diz e forma como diz o que escreve e o que pensa Luis Freitas Lobo, senão veja-se o que disse este homem quanto ao Porto campeão,
"chicotada psicológica interna com a contratação de Lucho, é um alter ego no balneário, passando pelo túnel e acabando no relvado e depois a promoção de Paulinho Santos, do antigo testamento do Porto, para treinador adjunto"

E anda a mala a ouvir os Pachecos Pereira e os Rebelos de Sousa desta vida

quinta-feira, maio 10, 2012

Porque sim, hoje

terça-feira, maio 08, 2012

Outra vez o grupo do Jerónimo, que maçada

E volto ao tema no dia em que se fala do receio de fornecedores e na semana em que supostamente já não se iria falar no Pingo Doce.
Desconheço o autor mas recebi ontem e dá vontade de dizer, perceberam ou querem um desenho?



A jogada Pingo Doce

O Pingo Doce deve ter arrecadado à volta de 90 milhões de euros em poucas
horas em capitalização de produtos armazenados.
De onde saiu o dinheiro: algum do bolso, mas grande parte saiu das contas
bancárias por intermédio de cartões. Logo, os bancos vão acusar a saída de
tanto dinheiro em tão pouco espaço de tempo, no principio do mês, em que os
bancos contam com esse dinheiro nas contas, para se organizarem com ele.
Mas, ainda ganham algum porque alguns compraram a crédito.

Ora, se o Pingo Doce pedisse esse dinheiro à Banca iria pagar, digamos a
5%, em 5 anos, 25% da quantia. Assim não paga nada. O povo deu-lhe boa parte
do seu ordenado a troco de géneros. Alguns vão ver-se à rasca porque com
arroz não se paga a electricidade.
O resto, 75% da quantia aparentemente "oferecida", distribuiu-se assim:
1 - Uma parte dos produtos (talvez 20 a 25%) devem estar a chegar ao fim do
prazo de validade. Teriam de ser amortizados como perdas e lançados ao lixo.
Enquanto não fosse lixo seria material que entraria como existência, logo
considerado como ganho e sujeito a impostos. Assim poupam-se impostos,
despesas de armazenamento (logística, energia, pessoal) e o povinho acartou
o lixo futuro.
2 – Outra parte (10 -15%) seria vendida com os habituais descontos de
ocasião e as promoções diárias. Uma parte foi ainda vendida com lucro,
apesar do "desconto".
3 – O Pingo Doce prescinde ainda de 30 a 40 % do que seria lucro por
motivos de estratégia empresarial a saber:
1 - Descartar-se da concorrência das pequenas empresas. Quem comprou para
dois meses, não vai às compras nesse mesmo tempo.
2 - Aumentar a clientela que agora simpatiza com a cadeia "benfeitora".
3 - Criar uma situação de monopólio ao fazer pressão sobre os preços dos
produtores (que estão à rasca e muitos são espanhóis) para repor os novos
stocks em grande quantidade.
4 – Transpor já para euros parte do capital parado em armazém e levá-lo do
país uma vez que a Sede da Empresa está na Holanda. Não vá o diabo tecê-las
e isto voltar ao escudo nos próximos tempos o que levou já J. Martins a
passar a empresa para a Holanda.
5 – Diminuir com isto o investimento em Portugal, encurtar a oferta de
produtos, desfazer-se de algum armazém central e com isso despedir alguns
funcionários. O consumo vai diminuir no futuro e o Estado quer "imposto de
higiene" pago ao metro quadrado.
6 – Poupança em todo o sistema administrativo e em publicidade. A
comunicação social trabalhou para eles.

Mesmo que tudo fosse ilegal, a multa máxima para Dumping é de 15 a 30.000
Euros, para o resto não há medidas jurídicas. Verdadeiramente isto são
"Peanuts" em sacos de Pingo Doce, empresa do homem mais rico de Portugal. A
ASAE irá só apresentar serviço.
E o governo o que faz? Até agora calou-se. Se calhar sabia da manobra…




terça-feira, maio 01, 2012

Da Picheleira e dos Pichelecos

De repente e graças ao Jorge da Carícia, nasceu uma nova página no facebook, de nome Pichelecos, que tem proliferado em número de membros, fotos e comentários como se de cogumelos se tratasse.

Confesso que não conheço grande parte da malta que por lá vai aparecendo e alguns deles até já me enviaram pedidos de amizade e tudo mas se há coisa que eu admiro no facebook, chego mesmo a venerar é o facto de, se não conheço não aceito, se não tem foto não aceito, excepção feita ao meu amigo Quim, Peúga para a geração dele e do meu pai. Eu fico-me pelo "Jaquim" só por uma questão de brincadeira.

Adiante, na Picheleira onde nasci e cresci, eu gostava de ir ao Saraiva comer caracóis, gostava de ir ao lugar da dona Beatriz e sentir o cheiro da criação, dos coelhos, dos hortos, de roubar azeitonas enquanto esperava (este crime já prescreveu, não estejam já a pensar em tretas), gostava de ir comprar material escolar à Virita, de meter o totoloto na Calçada ao lado do externato da D Ofélia, de tirar retratos no Edgar para a escola, de passar dias inteiros das férias de verão na oficina do meu padrinho Horácio sempre a olhar para o King, aquele pastor alemão de respeito, acho mesmo que o estrabismo que revelo nas fotografias se deve ao King, medo! Gostava de ir à padaria de manhã e trazer o pão e uma arrufada para meter manteiga e levar para a escola.

Gostava de tanta coisa na Picheleira, gostava de ir ás compras à loja do Porfírio da Silva Xavier, ainda me lembro de ser servido camarão de Espinho na cervejaria do Greno, também gostava de ir com a minha mãe fazer compras na mercearia do sr Albino na capitão Roby. O que eu fiz com que os meus pais gastassem dinheiro na vidraceira do Carrascal, dos pais da Susaninha, colega a primária. Adorava passar horas à janela a conversar com o meu irmão de bricadeira, o Mourão. Tantos caroços de fruta que atirávamos para cima do 30 e do 55. As descidas de carros de esferas nas traseiras da Mira Fernandes e à volta da praceta.

E os pijamas, meias, lenços e sapatilhas de ginástica compradas na loja do Manecas e da dona Amália?

Gostava de estar no Vitória, apesar de chegar a casa e ouvi. "tresandas a tabaco", se havia coisa que o VCL nos dava de borla era o cheiro de tabaco queimado nas mesas de jogo que se impregnava na nossa roupa e cabelo denunciar a nossa noitada. Gostei de andar na ginástica e no futebol, gostei de fazer de olheiro nos carnavais porque a timidez e a falta de jeito para dançar faziam de mim e mais uns quantos uns verdadeiros seguranças de centro comercial, estávamos ali, observávamos mas não interferíamos em nada.

Sem esquecer aquele que era o sítio que eu mais admirava naquele bairro, mesmo doente depois de sair do médico, eu não perdia uma visita, assistir àquela arte de cortar etiquetas das caixinhas dos medicamentos passar na fia-cola e colar nas receitas. A Farmácia Marluz, uma das responsáveis da minha carreira era um mundo à parte do bairro e da própria cidade. Orgulhosamente mesmo contra as leis do sector, a Picheleira era o único bairro de Lisboa que tinha sempre uma farmácia de serviço.

Peço desculpa se me esqueci de alguns sítios ou pessoas.

Da Picheleira com muito orgulho