O mundo ao contrário

Faz-me confusão a solidariedade para com o assaltante, que se nota nos comentários ás notícias do assalto ao bes de Campolide.

"coitado do assaltante que morreu, mais um bocadinho e ele entregava-se"

Pelos vistos ninguém tem pena da rapariga que teve uma arma apontada ao pescoço.

Que disparate, isso é uma coisa natural, faz parte da profissão de risco que os empregados bancários têm. Pois, tá bem!

Ainda ontem à tarde um amigo nosso sofreu uma tentativa de assalto na sua farmácia. Valeu-lhe uma colaboradora destemida e de sangue frio que ameaçou os dois ciganos com uma chamada telefónica para a gnr que entretanto fugiram assustados com a entrada de clientes.

A autoridade chegou e perguntou,

- tem câmaras de vigilância?

- não, por acaso não tenho.

Viraram-lhe as costas a dizer que não podiam fazer nada.

Neste momento a minha solidariedade vai toda para a senhora que limpou o cebo ao rapazinho que tentou assaltar-lhe a casa lá na minha Charneca de Caparica.