Saudade, muita saudade

Depois de ler isto, voltou-me o aperto no coração. As saudades que me deixou a minha companheira.
Trocámos juras de amor e fidelidade em Setembro de 1997. Quando cheguei de uma viagem a Andorra, Barcelona e Madrid, fui á rua Coronel Bento Roma ter com ela. Como ainda tinha uns dias de férias fomos direitinhos á Charneca de Caparica, á noite apresentei-lhe os meus pais, a minha mãe deixou de me falar por uns dias, nem para mim olhava, virou-se para a minha mulher e disse-lhe: "como é que a isabel foi nesta conversa?".
Que raio, pensei eu, é apenas uma mota, não é a elsa raposo.
De Setembro de 1997 a Março de 1999, fizemos 18.oookm juntos, debaixo de sol ou chuva, palmilhámos a A8, curva após recta e curva seguida de recta. Entretanto nascia a nº1, logo a seguir o nº2 e mais tarde quando o nº3 nasceu, já os mais velhos pediam: "pai vamos andar na mota, vamos?"
Deixei-a em Abril de 2003, tinha quase seis aninhos e 24.000km, tão estimadinha, como um pai que todos os dias põe halibut no rabinho da filha, para no futuro o namorado lhe dar uns valentes apalpões. Quando a entreguei ao novo dono, prometi-lhe fazer um upgrade e ir buscar a sua prima rgs, mais alta, mais potente e mais segura. Quatro anos depois, a saudade continua e a vontade arrefeceu, muito mesmo.