Eu fui, vi e foi fantástico
Bom, está mais do que na hora de fazer o resumo de uma
tarde/noite de domingo inesquecível. Agora que os níveis fisiológicos de um
quarentão que se deitou às cinco da manhã, foram repostos.
19 anos inflacionaram as expectativas, não o
suficiente porque afinal o Boss iria dividir o palco com mais três grupos e
isso condicionava e muito, do meu ponto de vista, a duração e a própria
qualidade do concerto.
Não assistimos ao primeiro mas quando arranjámos poiso
perto do palco (havia necessidade de constatar que era mesmo o tio Bruce)
estava na hora de ver e ouvir James.
Com aquele sotaque "very british" pegou no
público logo cedo com a sua estranha dança e movimentos de braços :-) (private
joke).
...
Houve melhor elogio nesta noite? Não, não houve.
Confesso que apesar de não ter apanhado tudo na
altura, senti o primeiro arrepio da noite. Foi uma actuação
surpreendente e não sei se não terá sido o único até agora a mandar sentar a
malta toda no "Sit Down". E não é que obedecemos todos? Aliás, se há
coisa bonita no Rock In Rio é a interacção do palco com o público e isso ficou
provado também com o "Sound", Let's see if your ninety thousand
heartbits can bit together. mas também com o Sometimes e outras tantas.
Parece que houve ensaio geral antes de cada concerto mas não, somos mesmo um
grande público e a organização tem esse trunfo para continuar. O ambiente que
se vive é realmente fantástico. A plateia ficou deliciada com o trompetista
vestido com a camisola da selecção. Em terras de sua majestade aparece com a
camisola se7e mas da selecção inglesa. Não deixa de
ser simpático :-)
Despediu-se dizendo,
"Have a funtasic night
with the wonderful Mr Springsteen, good love to you"
Quando os Xutos entraram em palco o ritmo já estava
alto. Não foi mais do que o que já nos habituaram a não ser o Kalú cantar o "O Tonto" apenas com o Zé Pedro. Gostei
da t'shirt, "Parental Advisory - Loud Drummer". Muito bom.
Depois dos dois encores, deixaram o palco já perto das
23.15, percebia-se que a noite seria longa mas não ao ponto de acabar para lá
das 02:30.
Quando dei pelo "Mighty" Max Weinberg sentar-se na
bateria e dar o ritmo para o We Take Care Of Our Own
e ouvi o tio Bruce dizer, "Olá Lisboa, como estão?" Já as
emoções estavam ao rubro no recinto, era meia-noite e a cada pausa entre
músicas pensava na empatia que devia ser recíproca para não haver desgostos
como os de 93. Seguiu-se Wrecking Ball, Badlands (clássico dos
concertos) e Death to My Hometown. Numa pausa antes de My City of
Ruins, o Boss fez a habitual incorporação do outro James, o Brown e
apresentou os elementos da E-Street Band. Destaque para a ausência da sua "baby, where's my Patty? Ah, Patty ficou em casa com
crianças".
Na parte autorizada a transmitir em
directo, quem não foi, teve a possibilidade de assistir a Spirit in the Night,
Because the Night (há tanto tempo que não ouvia isto e tem um solo de
guitarra do Nils Lofgren) e No
Surrender (das melhores do Born In Th USA, se calhar a par do Cover Me).
Depois fez o que eu gostava que fizesse, foi ao
público buscar os pedidos e cantou, She's the One (uma
paixão) I'm on Fire (que estreou ao vivo 6 dias antes na Holanda), com
Shackled and Drawn meteu a malta a cantar e com Waitin' on a Sunny Day, repetiu
o Hard Rock Calling de Londres e pôs um puto a cantar com ele.
Esperar que o The River (outra paixão, a
primeira com o mesmo álbum em 83) fizesse parte do alinhamento era demais mas
fez, assim como The Rising, Lonesome Day. We Are Alive apontavam
para o final ao fim de quase duas horas de concerto. Quando o vejo tirar a
gaita do bolso, ouço "It's been a long time, tive saudades" e
ouço o início do Thunder Road pensei, se acabares agora estás perdoado pelos
19 anos que andaste sem GPS para saberes voltar a Lisboa.
Thunder Road é um hino ao amor, pela letra, pela melodia e pelo gesto que o sobrinho do Big Man fez antes do solo de saxofone. Olhou para o céu, mandou um beijo a quem provavelmente lhe ensinou e partiu para um final como o tio fazia. Não há dúvida que a substituição está perfeita na qualidade, o puto sabe-a toda e até teve o devido acompanhamento quando nos deu a parte do "...young anymore, show a little faith, there's magic in the night, you're ain't a beauty but yeah you're allright..."
Aparentava
ser o final do espectáculo mas sem sair do palco após os agradecimentos mandou
toda a banda para os seus lugares e começou então a "partir a loiça".
À décima nona música oferece-nos Born in the
U.S.A., a magia estonteante do Born to Run e Glory Days. A seguir toca uma
das melhores coisas ao vivo, Hungry Heart e Dancing in the Dark. Desta vez não
tinha a Courteney Cox e para a substituir levou duas da
assistência que quase o levaram ao sufoco. Não houve grande destaque do
prof Roy Bittan nesta noite e Little Steven deu um banho ao Boss quando ele
queria desistir.
Acabou com uma homenagem ao
grande, minister of soul Clarence Clemons quando a meio da Tenth Avenue Freeze-Out parou tudo com, "This
is the important part - When the change was made uptown
And the big man joined the band". Pode não ter tido o resultado de outros dias mas emociona.
Já com o fogo de artificio no encerramento do festval
anda deu para o Twist and Shout. Curiosamente foi assim que acabou o
último concerto que me tinha levado ao parque da Bela Vista em 2011.And the big man joined the band". Pode não ter tido o resultado de outros dias mas emociona.
Ficou a seis músicas das 30 que apresentou em 93 mas
fez um alinhamento musical de excelente qualidade. Faltou o Rosalita Come
Out Tonight mas foi um grande concerto, foram 2h40 de emoções que tanta
gente desejava há tantos anos.
Obrigado por teres voltado. Obrigado a quem nos
acompanhou e quem nós acompanhámos, foi um grupo divertido e que tão cedo não
esquecerá aquele domingo que foi o encerramento do Rock In Rio.
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