Três reuniões de pais numa semana é dose

Ontem foi dia de reunião de encarregados de educação para os alunos do 1ºciclo.
Dói muito gastar cerca de 500,oo€ em material obrigatório e saber que não fica por aqui.

Pior que isto é a dor que sinto a cada reunião que assisto. Se nos outros anos era de bradar aos céus com as perguntas das mães e pais sobre fardas e alimentação, este ano há toda uma nova forma de inquirir os responsáveis do colégio.
"quais são as medidas que pensam tomar por causa da pandemia?"
Houve inclusivamente quem questionasse quantas vezes iria o refeitório ser higienizado.
Convinha que as pessoas lessem um bocadinho antes de abrirem a boca, iriam perceber que haverá perigo de contágio por via aérea e não só nos espaços em que os putos vão almoçar, quando estiverem com conversas mais íntimas po exemplo. Ainda agora o nº2 dizia,
"oh pai, o Manuel diz que a auxiliar y é toda boa do pescoço p'ra baixo" e eu acredito que o baixo aqui seja o tom em que o puto disse isto, portanto ao ouvido.

Nestas alturas sinto uns suores frios e a língua a crescer dentro da boca, faço uma forcinha conto até dez, olho para o pda a ver se há e-mails novos, aproveito para ver a assistência de outra maneira, ver só sem ouvir, abstrair-me completamente do que está a ser falado e tenho outro desgosto.
Tal como o meu amigo Diniz constatou há tempos, existe uma grande percentagem de mulheres a pintar unhas dos pés. Não tenho nada contra mas tenho muito menos a favor, aliás, acho que só se justifica pintar as unhas dos pés se for para esconder uma micose.

Mesmo a ouvir perguntas por vezes repetidas e sem nexo, os professores calam-se, aguentam e não choram. Continua a ser uma profissão que respeito e muito.

Amanhã é a reunião da nº1, aguardemos pois então.

Haja paciência.