12 de gosto de 1990
Eu tinha um sorriso lindo...
mas com menos gloss!
Há 17 anos atrás, andava eu atrás duma miúda (como eu, a coisa já durava há mais ou menos um ano), que só depois de me afastar é que me disse, com lágrimas e tudo, que gostava muito de mim, aquelas merdas que se dizem quando não há nada a fazer,(as viagens que eu fiz a caminho de Queijas). Era um grupo engraçado, com umas noitadas giras, em Oeiras, Estoril, até íamos ao rasputine.
O rasputine era um must, sextas á noite a comer umas tostas mistas e a ver gerações um bocadinho já gastas no engate, no roça, entre as mesas e o snooker, entre o snooker e o balcão.
Adiante, naquela fase do dizes tu ou digo eu, foi a moça ter á Charneca para irmos todos á praia.
Apareceu-me nesse domingo um oportuno febrão que só foi tratado com uma valente dose de penicilina injectável. Tá claro que nem "cumbíbio" nem praia do Castelo, nada. Logo a seguir espatifei-me no chão, sempre fui muito fraquinho, com o passar dos anos é que fiquei mais "fóte".
A maior recordação desse dia guardo-a imaculadamente na minha boca, 82.000$00, oitenta e dois contos em dois dentes novos quando caí ao chão com tamanha febre.
Foram reconstruídos ao longo de quatro semanas.
Fui a um jantar de anos a 13 de Setembro na Horta do Campo Grande, de fugida sem me rir, não fosse ser confundido com o arrumador de carros, embora na altura ainda não houvesse muitos carochos a arrumar carros.
Finalmente no dia 14 tinha a cremalheira novamente completa e os meus pais tinham levado um golpe no orçamento. Ainda hoje tenho dificuldade em rir ao pé dos meus pais, leio-lhes nos olhos:
"olha as nossas férias na boca do gajo"
Eu, em relação ás gajas sempre fui assim, vim ao mundo para sofrer.
Lembrei-me disto porque amanhã é dia 22 e não me traz boa coisa á memória.
Etiquetas: Disparates, Sentimentos
2 Comments:
tens a certeza que a queda foi mesmo da febre? não terão sido uns copitos a mais?
Antes fosse, pelo menos tinha o corpo dormente e já não doía tanto
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