Humor negro

Lembro-me de aos 17/18 usarmos um tipo de humor, muitas vezes influenciado pela tv, pelo herman josé, pela série do allô allô, etc...
De há uns anos para cá tem sido mais ou menos a mesma coisa, mandamos umas bocas, para fazer a malta rir, já dizia a sôra professora rosa otero da escola 28 que mais tarde me devia dedicar ás palhaçadas, visto ter a permanente vontade de desestabilizar a sala de aula e pôr o resto da malta bem disposta, sempre achei as aulas da senhora uma monotonia pegada.
Nem nos dois anos em que fui delegado de turma na escola das olaias me safei de vir arejar mais cedo em certas disciplinas.
Mas eu quero com isto chegar ao ponto de dizer que a malta que tem agora os mesmos 17/18 anos tem um humor completamente diferente do que nós ainda usamos, senão vejamos: um familiar meu com 17 vira-se para a a mãe e diz:
- oh mãe, eu já venho, vou abrir as alas ao noddy.
- o quê?!
- oh mãe vou cagar

Agora reparem, com mais 56 anos o meu Pai com 73 ontem no hospital da cuf na preparação para um cirurgia teve este diálogo com a enfermeira que o recebeu:
- sr gonçalves, esta é a sua cama e este cacifo também é seu.
- posso vestir já o pijama?
- se quiser pode
- é melhor vestir já senão acabo de comer, esqueço-me e vou tomar café e já não volto.
- esteja discontraído sr gonçalves
- eu esto sra enfermeira, não tenho medo de operações, já cá estão umas quantas sabe?
- ai sim?
- pois, a 1ª em 1958, a 2ª em 1959, a 3ª em 1978, 1985, depois em 1997, 2001 e agora esta.
- tá a ver sr gonçalves? não custa nada.
- não, custar não custa, eu só tenho medo de uma coisa.
- então e é do quê?
- é da da autópsia que normalmente é sem anestesia.
Nesta altura fiz de conta que tinha tocado o meu telefone e não consegui encarar a cara da sôra enfermeira que não sabia o que dizer.