O Natal é quando um homem quiser ou não

Detesto esta época. Não chego a saber se é bem detestar ou ter pena de não poder passar por ela a 200 à hora.
Não a suporto.
Presentemente só os miúdos me prendem a casa. Gostava de começar a marcar férias para a segunda quinzena de Dezembro.
Não gosto do consumismo que se apoderou do Natal.
Não gosto da hipocrisia de algumas pessoas que apenas agora se lembram da existência dos outros.
Estamos cá todo o ano, encontrão daqui, empurrão dali a malta vai-se mantendo de pé.
Não hesitem em mandar mensagens no resto do ano que a malta responde.
Não gosto da obrigação de perder tempo e queimar neurónios a pensar no que comprar para alguém que habitualmente não vejo, não posso ou não faço questão.

Divorciei-me da massificação de sms que a malta vai repetindo ano após ano.
As mais engraçadas já as conhecemos de outros "carnavais" e mesmo essas já perderam a graça. Sobre mail's com música e anjinhos nem vou tecer comentários.

Há ainda um ponto sensível que não queria tocar mas vejo-me obrigado, não gosto de oferecer nem que me ofereçam prendas/presentes/coisas para a minha casa.
Uma panela de pressão, uma couloche, ou uma frigideira ainda é aceitável. Um faqueiro, um conjunto de copos, uma pintura rupestre ou aquela jarra linda que toda a gente acha que fica bem em cima do pechiché deixam-me pior que uma barata, chega-me a causar mais urticária do que o par de meias que a avó da minha mulher me oferece ano após ano.
Sou muito maricas com os meus pés e os acrílicos caiem-me mal. Por isso guardo-as imaculadamente na caixa e reencaminho-as para alguém que não se importe de as usar.

Não querendo chocar a família com a nossa ausência, piramos-nos a partir de dia 26.
Bom ano a todos.