De Espanha

Logo de manhã deixavam-nos por baixo da porta a previsão do tempo, -8 de mínima e -2 de máxima. O entusiasmo não nos deixa abater por um frio abusador, cortante, diria até gritante, gela-nos os dentes a garganta, as pontas dos dedos, os joelhos, ai os joelhos mas nada nos detém.

O primeiro dia tinha sido desanimador, muito cansaço, as botas são um pesadelo porém um tapete branco como este bem temperado de sol e céu azul, levanta-nos da cama a correr para mais uma etapa de aprendizagem.

Em quase tudo na vida tenho sido assim. Quando os outros já se fartaram de fazer ainda eu estou a pensar em começar. Assim foi com as viagens, a pesca, a mota, etc.

Começar a esquiar aos 37 não é propriamente a melhor altura mas quando o Eric nos disse que teve um aluno com 60 que agora não quer outra coisa, vem-me à ideia a frase que aprendi há dezassete anos, "pedro, se os outros conseguem, a gente também", então lá fomos.

Meio tralho, tralho e meio e a coisa começa a compôr-se.

Incrível, a adaptação dos putos à modalidade. Os meus putos não são melhores nem piores que os outros, são os meus e quando ao fim de uma, duas horas já conseguem andar sozinhos, já travam, curvam e derrapam, deixam os pais todos babados. Da nº1 e do nº2 o espanto não é grande mas do nº3 com apenas quatro anos a surpresa é total.

A paciência, profissionalismo e dedicação dos professores também contou muito. Primeiro o Ernesto e depois o Eric.

A mãe a preparar o nº3, o prof Ernesto e o nº2

Recomendo vivamente a quem ainda não experimentou. Para quem não sabe se vai gostar há a grande vantagem de se poder alugar o equipamento. Foi que fizemos.